16 de maio de 2015

GOVERNO SINALIZA COM AUMENTO DOS AUXÍLIOS ALIMENTAÇÃO E CRECHE

Paralelo às discussões das questões setoriais, a Condsef está negociando com o Ministério do Planejamento a pauta de reivindicações da Campanha Salarial 2015. Na última quinta-feira, dia 14, a entidade se reuniu com a SRT para tratar do reajuste dos benefícios e da regulamentação da negociação coletiva no setor público (Convenção 151 da OIT – Organização Internacional do Trabalho).

O secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho, Manoel Messias, participou da reunião com a Condsef e o Planejamento. Ele explicou que a Convenção 151 da OIT tem sido discutida num fórum junto com as centrais sindicais.

Messias explicou também que a situação ainda não foi resolvida por questões políticas. Apesar de o governo federal já ter entrado em consenso, ainda faltam os estados e municípios fecharem a proposta. Lembrando que a regulamentação será comum às três esferas (União, Estado e Município).

Reajuste de benefícios

Sobre o reajuste dos benefícios, o governo apresentou uma proposta. Ele ofereceu R$ 455 para o auxílio alimentação e R$ 321,39 para auxílio creche, que estão em R$ 373 e R$ 73,07, atualmente.

O governo fez uma simulação sobre os valores da saúde suplementar. O menor valor, que hoje é R$ 82, passaria para R$ 110. Já o maior sairia de R$ 167 para R$ 204,49.

A Condsef discorda da proposta do governo. A luta é pela equiparação com os valores pagos no Legislativo e no Judiciário, já que todos saem da mesma fonte, a União. A confederação também discorda do prazo para implantação dos reajustes. O Planejamento fala em janeiro de 2016, mas a entidade quer em junho de 2015, já que não depende de previsão orçamentária.

Como não houve entendimento, o Planejamento se comprometeu em marcar uma nova reunião para tratar desses assuntos.

Com informações da Condsef

13 de maio de 2015

HOMOFOBIA NO BRASIL: RETRATO DE UMA SOCIEDADE INTOLERANTE

HOMOFOBIA NO BRASIL: RETRATO DE UMA SOCIEDADE INTOLERANTE

COLUNISTAS DR. FERREIRA JUNIOR
A homofobia ainda é um problema presente e constante em nossa sociedade.


Estatísticas compiladas pelo Grupo Gay da Bahia (GGB) sugerem que o Brasil é o país com a maior quantidade de registros de crimes homofóbicos do mundo, seguido pelo México e pelos Estados Unidos. De acordo com o GGB, um homossexual é morto a cada 36 horas no país.

Segundo o professor Luiz Mott, fundador do GGB e membro do departamento de antropologia da Universidade Federal da Bahia, a homofobia é uma "epidemia nacional". Ele assevera que o Brasil "é o campeão mundial em assassinatos de homossexuais, sendo que a cada três dias um homossexual é barbaramente assassinado, vítima da homofobia." Para a advogada Margarida Pressburger, membro do Subcomitê de Prevenção da Tortura da Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil ainda é "um país racista e homofóbico."


A discriminação homofóbica atinge não apenas os gays, mas também os héteros no Brasil. Segundo pesquisadores do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a homofobia está ligada ao modo como as pessoas percebem as diferenças entre homens e mulheres. Independentemente da orientação sexual, são as roupas, os trejeitos e os estereótipos de masculino e feminino que suscitam o preconceito.


Com base na dissertação de mestrado de um de seus autores, Angelo Brandelli Costa, os pesquisadores compilaram uma série de artigos sobre homofobia no Brasil publicados entre 1973 e 2011. Os artigos foram selecionados em diversas bases de dados acadêmicas a partir de palavras-chave como "homofobia", "preconceito", "discriminação" e "Brasil". Dentre os que foram encontrados, os pesquisadores selecionaram somente aqueles baseados em estudos empíricos feitos no país.


Embora os trabalhos tivessem metodologias e bases diferentes, da análise dos artigos os pesquisadores puderam concluir que a homofobia - ou qualquer preconceito motivado pela fuga da heteronormatividade - é um fenômeno disseminado no país e se faz presente em vários contextos, como no ambiente escolar ou nas relações de trabalho.


Ainda de acordo com a pesquisa, a homofobia no Brasil tem forte vínculo com o sexismo (discriminação baseada no sexo ou gênero) e o preconceito contra o não conformismo às normas de gênero (mulheres que têm comportamento considerado masculinizado, por exemplo). Isso significa que homossexuais que tenham características consideradas compatíveis com seu sexo anatômico tendem a sofrer menos preconceito do que mulheres masculinizadas ou homens com trejeitos femininos. Por esse motivo, os pesquisadores acreditam que, para que sejam eficazes, as ações contra a homofobia devem ter como alvo também o sexismo.


O poder público federal brasileiro registrou, em 2011, 6.809 denúncias de violações de direitos humanos de caráter homofóbico (preconceito por orientação sexual e identidade de gênero presumida). Em relatório pioneiro, que sistematiza pela primeira vez dados oficiais, a Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República mapeou a extensão e as características deste fenômeno: as vítimas e os agressores preferenciais, os espaços onde a discriminação prepondera e a articulação a outros marcadores sociais, tais como a faixa etária e a cor da pele, são elementos que aparecem no "Relatório sobre Violência Homofóbica no Brasil: o ano de 2011".


De acordo com os dados - coletados através do Disque 100 (SDH), pela Central de Atendimento à Mulher, pelo Disque Saúde (Ministério da Saúde) e por emails e correspondências enviadas ao Conselho Nacional de Combate à Discriminação LGBT -, 67,5% das vítimas eram homens e 85,5%, homossexuais. Eles também são maioria na condição de suspeitos (52,5%), categoria cujos heterossexuais predominam (43,9%). As mulheres representam 26,4% das vítimas e 34,5% das agressoras. Do total das vítimas, 69% eram jovens (de 15 a 29 anos). "Os dados evidenciam como os papéis de gênero se refletem nos indicadores de violência. No Brasil, a construção da masculinidade é um processo marcado pela violência. Ser homem implica na adoção de condutas geralmente violentas, dominadas pela lógica da virilidade e do machismo que é assimilada desde cedo. A exigência social pede que os homens sejam heterossexuais. Quando violadas ou subvertidas, tais condutas e normas heteronormativas são motivo para todo tipo de violência. O relatório reflete, nesse sentido, práticas sociais muito arraigadas em um país onde a masculinidade é um elemento que compõe a sociedade", afirma Marco Aurélio Prado, psicólogo e professor da Universidade Federal de Minas Gerais, que desenvolve pesquisas do campo das relações de gênero e da cidadania LGBT.


O relatório também mostrou que 62% das vítimas conheciam seus agressores, sendo 38,2% familiares e 35,8% vizinhos. "O tipo mais comum de violência homofóbica se dá em círculos de intimidade. É uma dinâmica que não pode ser vista em separado à questão da violência institucional. A lógica da violência partindo de pessoas próximas está inscrita em um contexto no qual muitas vezes instituições de trabalho, de estudo, de saúde, entre tantas outras, também constituem espaços de manifestação homofóbica", observa Marco Aurélio.


Para o pesquisador da UFMG, a violência homofóbica é um fenômeno enraizado e complexo, cujo combate não é simples. De acordo com o relatório da SDH, os locais de discriminação são encabeçados pelo ambiente doméstico (42%) e pela rua (30,8%), seguidos pelo local de trabalho (4,6%), pelas instituições governamentais (5,5%) e outros ambientes (17,1%), tais como bares, rios, lagoas, banheiros públicos, postos, albergues, motéis, instituições religiosas etc. "A natureza do fenômeno é multifacetada, não apenas em relação aos espaços de eclosão mas também às modalidades. Há graus de violência, como a humilhação, a negligência na assistência à saúde, à alimentação. A homofobia não é apenas a agressão, o ataque físico. Envolve outras manifestações", observa Marco Aurélio.


A complexidade do fenômeno exige, de acordo o pesquisador da UFMG, a participação efetiva do Estado. "O Estado brasileiro mexeu-se nos últimos anos, embora tenha sido um movimento de passos curtos. Houve as Conferências Nacionais LGBT e a criação do Conselho Nacional LGBT. Iniciativas que colocaram a temática dos direitos da população LGBT na agenda pública. Canais de diálogo foram criados, o que é muito saudável", afirma Marco Aurélio Prado, que lamenta, no entanto, o panorama atual.


No horizonte dos direitos sexuais da população LGBT, o recuo, em 2011, do governo federal na distribuição do kit anti-homofobia em escolas é um exemplo das dificuldades existentes. "O relatório da SDH mostra como a homofobia é um fenômeno que permeia as instituições, sobretudo a família. Nesse aspecto, no qual os preconceitos vão se manifestando e sendo aprendidos no ambiente familiar, é que a escola é de vital importância. O enfrentamento do preconceito passa pelo diálogo entre os espaços por onde os jovens circulam e se socializam. A escola deveria ser um ambiente acolhedor e promotor da igualdade, do respeito não apenas das questões da população LGBT, como também de outros estigmas e preconceitos existentes. Infelizmente, sobretudo no atual governo, a temática dos direitos sexuais tem recuado", lamenta Marco Aurélio.


O destaque para os dados na mídia, acredita o professor da UFMG, espelha o panorama das discussões sobre sexualidade. "A repercussão foi tímida, diante de um problema que se apresenta como grave, pela quantidade de casos reportados. Lamentavelmente, parece um tema proibido", avalia Marco Aurélio.


De acordo com o pesquisador, há uma maré conservadora que compõe o cenário de retrocesso. "A arena da política institucional está sendo fortemente influencia por setores religiosos. Temos que entender as organizações religiosas como entidades que integram o jogo político, para não cairmos na ingenuidade de achar que a previsão constitucional de laicidade basta como bandeira de luta. Também na sociedade civil, temos visto o fortalecimento de setores conservadores contrários aos direitos sexuais, como no caso da tentativa de se sustar a resolução do Conselho Federal de Psicologia que proíbe propostas de tratamento à homossexualidade. Na própria classe de psicólogos, há muitos profissionais que questionam a resolução. Vivemos um momento perigoso, pois os relatos de homofobia têm sido tornados públicos sem que haja estratégias de conscientização e de enfrentamento. A discussão pública tem retraído. É necessário pensar alternativas de conscientização e combate nessas circunstâncias.", observa Marco Aurélio.


O relatório, enfatiza o pesquisador, é muito bem-vindo. "É a voz do Estado sobre um fenômeno problemático na sociedade brasileira. Os pesquisadores e os ativistas devem reconhecer a importância de um dado oficial", afirma Marco Aurélio, que faz uma ressalva. "A compilação dos dados é por meio de canais que não dão conta da realidade. Os números mostrados certamente são inferiores ao que de fato ocorre no país. No entanto, é um sinal relevante de que o Estado brasileiro está, de alguma forma, atento ao problema", afirma . O relatório da SDH também ressalva que a ausência de uma rubrica de orientação sexual e identidade de gênero nos boletins de ocorrência policial dos Estados (mecanismo existente apenas no Rio de Janeiro) e a não obrigatoriedade de se reportar à União os dados de segurança estaduais e municipais abrem espaço para a subnotificação.


O relatório, cuja elaboração contou com a participação de pesquisadores e ativistas, conclui que a homofobia é um problema estrutural no país, "operando de forma a desumanizar as expressões de sexualidade divergentes da heterossexual, atingindo a população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais em todos os níveis e podendo ser encontrada nos mais diversos espaços". Afirma ainda que o fenômeno é mais sentido por jovens e negros/pardos, que devem ser prioridade das políticas de combate à violência homofóbica. "A extensão e a gravidade do problema pedem que as formas de intervenção do Estado sejam mais efetivas. Não apenas com campanhas será possível lutar contra a homofobia. É preciso políticas na área da saúde, da educação, da assistência social, da segurança pública. Políticas que abarquem os diversos âmbitos que constituem uma sociedade cuja homofobia é um problema multifacetado", conclui Marco Aurélio Prado.

Um fato recente e amplamente divulgado pela mídia chama a atenção quanto ao fenômeno da homofobia, refletindo a banalização deste crime.


Em São Paulo, dois homens foram presos na terça-feira (03/12/2012) por tentativa de homicídio após terem espancado o estudante de Direito da Universidade de São Paulo (USP) André Baliera, de 27 anos. Ele voltava a pé para casa pela Rua Henrique Schaumann, em Pinheiros, na zona oeste, quando foi agredido. Por volta das 19 horas, Baliera viu que alguém mexia com ele de dentro de um carro. Segundo a vítima, era o também estudante Bruno Portieri, de 25 anos, que o ofendia por sua opção sexual. O universitário começou a discutir e Portieri saiu do carro. Baliera fez menção de pegar uma pedra para se defender. Foi quando o motorista do veículo - personal trainer Diego de Souza, de 29 anos - desceu e começou a agredi-lo. Ele só parou de bater no universitário quando policiais militares chegaram para ver o que ocorria e detiveram ele e o amigo. Com escoriações na cabeça, dores no corpo e sem dormir, Baliera ainda estava confuso e transtornado na tarde da terça-feira (04). "Assumo que trocamos ofensas. Mas a atitude deles era de como se bater em alguém fosse a coisa mais comum do mundo." Na noite de segunda (02), após a prisão, Portieri deu entrevista à TV Record e culpou a vítima pela agressão. "Apanhou de besta porque, se tivesse seguido o caminho dele, não teria apanhado." Segundo sua irmã, Portieri é "do bem" e estava no lugar errado na hora errada. "Foi um momento de fúria, não foi por homofobia. A imprensa está dando muita atenção para o caso, mas o menino (Baliera) está vivo", disse Polianne Portieri.


A despeito de todos os estudos quanto ao tema, as práticas de atos discriminatórios contra minorias, mesmo que de forma lúdica ou silenciosa, já se encontra arraigado em nossa cultura.


Desafio verdadeiro será preparar as novas gerações, de modo a tornar os jovens bem mais tolerantes às diferenças. Pois certo é que não poderemos construir uma sociedade justa, sem observarmos os princípios básicos de respeito às desigualdades de gênero, de cor e de opção sexual.


Por fim, é dever de todo cidadão zelar para que não se afaste do censo comum, a mensagem contida no artigo 5º da Constituição Federal: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade(...)”.

RACISMO E IMPUNIDADE NO BRASIL

RACISMO E IMPUNIDADE NO BRASIL

Por Helio Santos Do Brasil de Carne e Osso
Apesar de os estudos da Genética afirmarem que não há raças na espécie humana, o que não falta no mundo são racistas – dos mais variados tipos. De fato, os estudos confirmam aquilo que os espiritualistas sempre disseram: os humanos são uma espécie muito homogênea. A cor da pele, por exemplo, fator crucial para uma ação racista, é resultado de adaptações biológicas que o organismo humano desenvolveu ao longo do tempo para se proteger. Para o calor da África: pele mais escura e cabelo crespo para se proteger do sol. Na gelada Europa, pele clara para sintetizar a vitamina “D”. De qualquer forma, os humanos surgem no planeta na região que hoje se denomina África. Portanto, o homo sapiens não era um tipo que hoje poderia ser chamado branco.


No Brasil há muita dissimulação, mas em inúmeras ocasiões o racismo tem vindo à tona com todos os seus dentes. Segundo o professor Joel Rufino dos Santos, o brasileiro vem “perdendo a vergonha” de ser racista. Durante muito tempo o racismo veio metamorfoseado por uma verdadeira “arte” que se desenvolveu nesses trópicos ao longo do tempo: o fingimento como filosofia nacional. A expressão “democracia racial” é um insulto à inteligência brasileira e, em particular, à dos negros.
IMPUNIDADE
Nos últimos tempos têm havido atos explícitos de racismo. O campo esportivo é um dos setores que tem maior destaque. Todavia, não é nesse setor que os negros têm o maior prejuízo. Além da violência policial, há a discriminação no mercado de trabalho, por exemplo.
Um caso que chamou a atenção do país se deu em 2012, quando uma anciã, em plena avenida Paulista, no coração de São Paulo, ofendeu duramente a três pessoas negras em um shopping. O esporte dessa megera é xingar e menosprezar negros por todos os lugares onde vai: porteiros, balconistas e transeuntes. As ofensas são do tipo: “macaca, eu não gosto de negro”; “negros imundos” e “eu sou superior a vocês, porque sou descendentes de alemães”. À primeira vista, alguns dirão tratar-se de uma louca. Ledo engano: ela nunca foi vista rasgando dinheiro e nunca tentou pular debaixo do metrô.

A decisão final desse caso ocorreu em abril no Tribunal de Justiça de São Paulo. Em primeira instância, a racista já fora condenada a 4 anos em regime semiaberto (ela tem 73 anos). Essa pena de reclusão foi agravada com a exigência de indenização de R$28.960 para cada uma das três pessoas ofendidas. Foi uma boa decisão: mexer no bolso de pessoas e organizações racistas pode vir a ser uma forma eficaz de atenuar o racismo. Todavia, houve recurso e a pena em regime semiaberto se transformou em aberto. Ou seja, a pena será cumprida em casa. Para aqueles que alegam a idade avançada da criminosa é importante lembrar que os canalhas também envelhecem. A pena pecuniária também caiu. O bolso de Davina Aparecida Castelli não sofrerá danos. A condenação foi positiva, mas inócua. Além de não ser presa em uma cadeia, a condenada nada pagará.

É FUNDAMENTAL REAGIR
A parte positiva dessa história foi a reação de uma das vítimas que levou o caso até o final com determinação e firmeza: Karina Chiaretti “não deixou “barato”.
Karina, quando foi vítima das ofensas verbais, estava em companhia de sua filha de 9 anos e a sua fala revela uma posição que precisa ser difundida: “Não foi exatamente a pena que a gente esperava, mas foi um ganho para toda a comunidade negra. Para todos é uma vitória porque esta causa não é única. É pela minha filha, pelas nossas crianças”.
karina-chiaretti
Para orgulho meu, Karina é minha sobrinha e afilhada. Cresceu ouvindo de sua família: pais, avós e tios que ela era bonita, inteligente e que merecia o que há de melhor na vida. Autoestima positiva e consciência racial. Sua atitude deixou claro para mim que o diferencial está de fato na educação e postura familiar. As pessoas não necessitam ser ativistas, mas têm de ter consciência racial. É lamentável a forma como reage algumas personalidades negras, especialmente esportistas e artistas em geral. Fogem da raia, em vez de se defenderem. Costumam dizer: “vou deixar barato”. Erro: sai caro duas vezes. Primeiro, aquela ofensa fica “atravessada” na mente do ofendido que não reagiu, pois “guardou” para si aquilo. Depois, o ofensor se sente impune para “repetir a dose” com outras pessoas negras. Reagir é sempre positivo – sempre.
O pior racismo é o institucional; que eu sempre denominei inercial. A própria justiça, quando não mantém uma decisão que pune de fato o racismo; a máquina pública (polícia inclusa). Enfim, a engrenagem social e política que naturalizou o racismo. Isto ocorre ainda, apesar da posição do STF a favor das ações afirmativas, o que denota o reconhecimento do racismo na sociedade brasileira. Por essa situação, em pleno século 21, temos de radicalizar nas políticas públicas específicas.
Mas, simultaneamente, ações como a de Karina Chiaretti têm de se tornar uma rotina em nosso cotidiano. Cessada a fase criminal, minha sobrinha recorrerá à instância cível na busca dos seus direitos ofendidos. Respeito e cidadania não vêm como brindes. Você tem de conquistar sem medo.
13/5/2015Geledés Instituto da Mulher Negra

13 DE MAIO, POR QUE OS NEGROS NÃO COMEMORAM O DIA DA ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA?

O 13 DE MAIO


A Lei Áurea foi assinada pela princesa Isabel em 1888


Do iG


A Lei Áurea, que aboliu oficialmente a escravidão no Brasil, foi assinada em 13 de maio de 1888. A data, no entanto, não é comemorada pelo movimento negro. A razão é o tratamento dispensado aos que se tornaram ex-escravos no País. “Naquele momento, faltou criar as condições para que a população negra pudesse ter um tipo de inserção mais digna na sociedade”, disse Luiza Bairros, ex-ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir).


Após o fim da escravidão, de acordo com o sociólogo Florestan Fernandes (1920-1995), em sua obra “A integração do negro na sociedade de classes”, de 1964, as classes dominantes não contribuíram para a inserção dos ex-escravos no novo formato de trabalho.


“Os senhores foram eximidos da responsabilidade pela manutenção e segurança dos libertos, sem que o Estado, a Igreja ou qualquer outra instituição assumisse encargos especiais, que tivessem por objeto prepará-los para o novo regime de organização da vida e do trabalho”, diz o texto.


De acordo com a Bairros, houve, então, um debate sobre a necessidade de prover algum recurso à população recém-saída da condição de escrava. Esse recurso, que seria o acesso à terra, importante para que as famílias iniciassem uma nova vida, não foi concedido aos negros. Mesmo o já precário espaço no mercado de trabalho que era ocupado por essa população passou a ser destinado a trabalhadores brancos ou estrangeiros, conforme Luiza Bairros.


Integrante da União de Negros pela Igualdade (Unegro), Alexandre Braga explica que “O 13 de maio entrou para o calendário da história do país, então não tem como negar o fato. Agora, para o movimento negro, essa data é algo a ser reelaborado, porque houve uma abolição formal, mas os negros continuaram excluídos do processo social”.

“Essa data é, desde o início dos anos 80, considerada pelo movimento negro como um dia nacional de luta contra o racismo. Exatamente para chamar atenção da sociedade para mostrar que a abolição legal da escravidão não garantiu condições reais de participação na sociedade para a população negra no Brasil”, completou a ex-ministra.

Ela defende, porém, que as mudanças nesse cenário de exclusão e discriminação estão acontecendo. “Nos últimos anos, o governo adotou um conjuntos de políticas sociais que, aliadas à política de valorização do salário mínimo, criou condições de aumento da renda na população negra”.

Inclusão do negro ainda é meta

Apesar dessas políticas, tanto a ex-ministra quanto Braga entendem que ainda há muito por fazer.

O representante da Unegro cita algumas das expressões do racismo e da desigualdade, no país: “No Congresso, menos de 9% dos parlamentares são negros, enquanto que a população que se declara negra, no Brasil, chega a 51%. Estamos vendo também manifestações de racismo nos esportes, principalmente no futebol. Ainda temos muito a caminhar”.

“Ainda estamos tentando recuperar a forma traumática como essa abolição aconteceu, deixando a população negra à sua própria sorte. Como os negros partiram de um patamar muito baixo, teremos que acelerar esse processo com ações afirmativas, para que possamos sentir uma diminuição mais significativa das desigualdades”, explicou

Por: 
http://www.geledes.org.br/por-que-os-negros-nao-comemoram-o-13-de-maio-dia-da-abolicao-da-escravatura/#axzz3a4SRzr76

11 de maio de 2015

FASUBRA: PAUTAS PARA ESPECIFICA APROVADA NA PLENÁRIA - INDICATIVO DE GREVE 2015



09/03/2015
Durante a plenária nacional da FASUBRA, realizada no último final de semana (7 e 8 de março) no Rio de Janeiro, os delegados aprovaram uma pauta específica dos TAEs para a campanha salaria de 2015. A categoria estabeleceu também o indicativo de greve para o mês de maio.
A pauta específica aprovada será apresentada ao governo federal no próximo dia 12, quando a FASUBRA irá se reunir com representantes do Ministério do Planejamento e Gestão (MPOG) em Brasília. Os pontos aprovados são:
  • Reajuste de 27,3% no piso da tabela;
  • Aprimoramento com correção das distorções;
  • Racionalização de cargos;
  • Recomposição dos aposentados na tabela salarial;
  • Realização de concurso público pelo RJU para suprir as demandas da expansão;
  • Turnos contínuos, com jornada de trabalho de 30 horas sem redução salarial para manter as IFES abertas nos três turnos.
  • Revogação da EBSERH nos HCs com realização de concurso público pelo RJU;
Outro ponto aprovado pela plenária foi o indicativo de greve para o mês de maio, caso a negociação das pautas específicas não ande. Caso seja necessário adiantar a greve, a FASUBRA irá convocar uma plenária extraordinária para deliberar. Foi aprovada também uma paralisação de 72 horas, nos dias 7, 8 e 9 de abril.
Aprovadas as deliberações, o sindicato irá construir o calendário, bem como discutir o indicativo de greve, em conjunto com a categoria na UFG, IFG e IF Goiano.
Fonte: www.ccaufpb.wordpress.com

Postagens