21 de julho de 2016

DORIAN, TUDO INDICA QUE FOI VÍTIMA DE LATROCÍNIO. AMANTE PODE TER PLANEJADO O CRIME

DORIAN, TUDO INDICA QUE FOI VÍTIMA DE LATROCÍNIO. AMANTE PODE TER PLANEJADO O CRIME


Policiais do Serviço de Investigação da Delegacia de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP), com apoio de policiais da 1ª Coordenadoria e da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR), respectivamente sobre os comandos, do delegado Gustavo Coutinho, do coordenador João Uzzum e do delegado Andre Ribeiro estão a procura de uma jovem conhecida até o momento pelo prenome de Daiane. Ela é acusada de planejar um suposto assalto que culminou na morte do milionário Dorian da Telexfree.

O delegado Gustavo Coutinho disse durante entrevista coletiva, na manhã desta quinta-feira (21-07-16), que Dorian mantinha um relacionamento amoroso antigo com uma mulher identificada apenas pelo prenome de Daiane, cujo, a mesma já residiu na localidade de Cabaceiras, no município de Serra Preta, mesma terra natal de Dorian. Ainda de acordo com Gustavo, Daiane reside atualmente em Feira de Santana.
Coutinho contou também que, além do empresário, Daiane também costumava se relacionar com outros homens, alguns deles envolvidos com tráfico de drogas. “Ela conheceu Davi Gordo no último sábado em uma festa e mantiveram relações sexuais. Entre uma conversa e outra, ela citou que conhecia um homem (Dorian) que tinha muito dinheiro e a mesma tinha um relacionamento amoroso com ele e sempre que saiam, o mesmo estava com dois, três, quatro ou mais dinheiro nas mãos ”.
“Então, eles combinaram de formular um assalto. Na terça-feira, Ela (Daiane) recebeu uma ligação da vítima pedindo um encontro. De imediato, Daiane avisou a Davi Gordo que estaria em uma residência no bairro Papagaio, e que na saída a vítima deveria ser abordada e amarrada. Ela também deveria ser amarrada para que a vítima não desconfiasse da participação dela e seriam levados pra algum lugar com o intuito de roubar o veículo e o dinheiro”, frisou o delegado.

Dorian Desconfia

Quando saiam da residência e seguia para o local (onde a vitima foi morta), Dorian teria desconfiado a participação de Daiane no suposto assalto. Com isso, com receio da vitima entregar a polícia, a mesma ordenou a execução do milionário. “Então eles seguiram sentido à BR-324. Ao perceberem que o celular da vítima é um iPhone. Davi pediu que ele desse a senha para desbloquear a tela, após desbloqueia, mas à frente ele viu que poderia ser rastreado e dispensou o celular na BR 324. Depois pegaram a BR-101 até o local do crime. Ao chegarem, Joanderson desceu do veiculo e executou a vítima com seis tiros de revólver calibre 32 na nuca”, indagou Gustavo.

João Uzzum disse, que a polícia iniciou o processo de investigação desde momento que descobriu o crime e que culminou na confissão dos latrocidas e também na colheita de provas que levaram à participação de Daiane logo no local do crime. “Estamos utilizando todos os recursos para manter a prisão preventiva dessa mulher. Estamos trabalhando com a hipótese de crime premeditado, mas a real motivação ainda está em processo de investigação e não descarta a suspeita de latrocínio (roubo seguido de morte), como também a de homicídio, tendo em vista o envolvimento da vítima com a corrente financeira conhecida como Telexfree. Ainda existem outras vertentes, mas nesse momento já temos a autoria e as pessoas envolvidas. A motivação ainda está em processo de investigação. Também não descartamos que existem outras questões envolvendo a vítima, como o envolvimento dele numa pirâmide e pessoas estavam insatisfeitas. Na verdade, já temos três ou quatro linhas de investigação. Porém, podemos fechar essa investigação com a prisão dessa mulher, a Daiane”, finalizou o coordenador João Uzzum.
Fonte: 
http://www.policiaeviola.jornalfolhadoestado.com/
http://centraldepoliciafsa.blogspot.com.br/
http://www.bocadezeronove.com.br/amante-e-suspeita-de-encomendar-morte-de-milionario-da-telexfree/

20 de julho de 2016

FRIGORIFICO DE MIGUEL CALMON-BA DÁ INICIO AO ABATE DE JUMENTO.

"Jumentos ficam confinados, por, pelo menos, 24 horas antes do abate"

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Um frigorífico instalado há pouco mais de dois anos no município de Miguel Calmon, município localizado no Piemonte da Chapada Diamantina, a 355 quilômetros de Salvador, começou nesta segunda-feira (11), o abate de jumentos, que terão o couro exportado para a China. No primeiro dia de trabalho nesse tipo de atividade, mais de 300 animais foram abatidos.

A atividade é licenciada pelo Governo do Estado e nesta segunda-feira, quatro veterinários da Secretaria da Agricultura acompanharam o abate dos primeiros jumentos, com o objetivo de conferir se todas as recomendações técnicas estavam sendo cumpridas.

Logo após a fiscalização, os funcionários do frigorífico continuaram a atividade que vai durar toda a segunda-feira.
Além do couro, outras partes do jumento vão ser aproveitadas no mercado da Bahia, segundo o gerente geral do frigorífico, Israel Augusto. “A carne do jegue abatido aqui está sendo doada para o zoológico de Salvador, que vai alimentar grandes animais. O resíduo restante vai ser transformado em ração animal, em uma indústria especializada”.
Mas os chineses não vão usar o couro do jumento para ser curtido e transformado em produtos como sapatos, bolsas ou similares. Em laboratórios especializados, é feita a raspagem da parte posterior do couro, para a produção de medicamentos e de alguns cosméticos, seguindo uma tradição da cultura milenar chinesa, em extrair esses produtos dos jumentos. “Na China,  a quantidade de jumentos é muito pequena para o que eles necessitam”, explica o Israel Augusto.
A portaria do governo é clara e impede que a carne de jegue seja usada para o consumo humano, mesmo, segundo Israel, isto ser possível do ponto de vista nutricional.

Nova atividade do frigorífico anima os empresários: previsão no aumento dos lucros em até 40%(Foto: #AnB)

“A portaria recomenda que não haja consumo humano da carne de jumento por questões culturais e isso não vai ser feito aqui”, garante o gerente.
O #AgoraNaBahia acompanhou, com exclusividade, o primeiro dia de abate de jumentos. O Frigocezar está instalado a 12 quilômetros do centro de Miguel Calmon e tem grande tradição no abate de gado. A crise econômica diminuiu bastante a produção de gado de corte e afetando diretamente os empregos do abatedouro que tinha cerca de 130 funcionários e hoje tem 86.
Ainda sem ter fechado todos os cálculos sobre os lucros da nova atividade, o gerente estima que o faturamento do abatedouro deve aumentar em torno de 40% com a exportação do couro de jegue para a China.
O abate de jegue vai acontecer apenas às segundas-feiras e isso já fez aumentar a perspectiva de criação de cerca de 20 vagas de trabalho, de acordo com os diretores. A expectativa é um aumento desse número, caso o Brasil consiga atender à demanda de exportação para a China.

Prontos para o abate, animais esperam no corredor(Foto: #AnB)

O local usado para o abate é o mesmo onde o gado é abatido. Para isso, há uma limpeza completa, segundo o gerente geral do frigorífico, por isso, estamos trabalhando apenas na segunda-feira com os jegues. O procedimento é praticamente igual para a condução dos jegues até o ponto onde são abatidos. Eles ficam confinados em currais durante 24 horas, apenas com ingestão de água. Depois são conduzidos através de corredores para as proximidades do abatedouro.
A partir de um determinado ponto, só segue um jumento por vez. “O animal não sofre para morrer, pois ele chega ao um ponto do corredor e logo é atingido por uma forte descarga na nuca, entrando em estado de coma”, explica o veterinário Moacir Araújo. “É muito pouca a diferença do abate de bovinos”, diz o veterinário.

Jumento é colocado na área de abate constatou que os jumentos são conduzidos em grupo até um determinado ponto do um grande corredor, onde aguardam a hora do abate.
Dali, um por um segue para uma área isolada, onde é feito um disparado na nuca para “insensibilizar o animal e evitar que ele sofra na hora da sangria”, explica Moacir.
Antes do abate, são feitos exames de sangue e o animal passa por um completo processo de limpeza do couro, através de um banho. Só são abatidos os jumentos que pesem, no mínimo, 100 quilos.
Repercussão
A morte de jumentos em frigorífico é o assunto mais comentado nas emissoras de rádio de Miguel Calmon e região, mas a população ainda não sabia, até a presença do 

Entre os moradores de Miguel Calmon, muitos demonstram grande sentimento pelo abate dos jegues, considerados “animais sagrados, usados pela família de Jesus Cristo e que não deveria ter um fim tão triste”, lamentou a dona de casa Rosa Maria. Outros são completamente a favor, como Jerônimo Batista, que comparou o abate com o que
ocorre com o gado. “É a mesma coisa. Se tivesse que ter pena a gente ia comer o quê?”, indaga, ainda sem saber que o jegue abatido em Miguel Calmon não terá a carne consumida por humanos.
Os diretores do frigorífico dizem que o anúncio do abate de jumentos gerou controvérsia, mas “quando as pessoas passarem a tomar conhecimento do objetivo econômico, inclusive com a geração de empregos, a opinião vai mudar”.

Durante o confinamento que dura 24 horas, os animais tomam apenas água (Foto: #AnB)

Origem

Os jumentos abatidos no Frigocezar têm origem de vários criadores da região, que chegam a receber R$ 70,00 por cabeça, caso o animal seja levado ao frigorífico. “A gente paga um pouco menos se tiver que ir buscar o jumento em alguma propriedade”, explica o gerente Israel.
Até o fim de julho, primeiro mês em que a pele será exportada, o frigorífico espera ter abatido cerca de três mil jumentos. E com o aumento da oferta de animais já está sendo estudada também a atividade aos sábados, o que aumentará a necessidade de ampliação da mão de obra, de acordo com o Israel.
Fonte: Agora Na Bahia
Fonte: http://www.jacobinanoticia.com.br/frigorifico-da-bahia-inicia-o-abate-de-jumentos/

MP-RN PROMOVE DEGUSTAÇÃO DE CARNE DE JEGUE

CARNE DE JEGUE PARA CONSUMO HUMANO PODE SER LIBERADA EM RN


Matéria de 2014
Pratos foram feitos com carne de jumento (Foto: Marcelino Neto/G1)Filé ao molho madeira

filé ao molho branco, escondidinho de carne e churrasco. Esses foram os pratos servidos aos convidados para um almoço de degustação de carne de jumento promovido pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte no município de Apodi, região Oeste do estado, nesta quinta-feira (13). Os animais que foram abatidos e servidos no almoço foram apreendidos nas rodovias que cortam o RN. A ideia foi do promotor da comarca de Apodi, Sílvio Brito. Ele explicou que destinar a carne de jumento para consumo humano pode ser a forma de tirar esses animais das rodovias.



“O jumento era um objeto de trabalho, mas tornou-se obsoleto com o uso de motos e tratores. É incalculável o número de animais abandonados por causa desse desinteresse e esses animais estão soltos nas rodovias causando acidentes”, afirmou o promotor de Justiça Sílvio Brito, que defende a ideia de que os jumentos apreendidos nas estradas do RN sejam abatidos e incluídos no cardápio da alimentação de detentos do sistema penitenciário do estado. Segundo a PRF, de 2012 até o dia 10 de março deste ano foram apreendidos 3.354 animais nas estradas que cortam o RN A degustação foi sugerida pelo promotor de Justiça Sílvio Brito. Os convidados para o almoço aprovaram o cardápio. “É muito saborosa. É um pouquinho mais dura que a carne de vaca, mas é gostosa. Vou colocar no cardápio de casa”, disse o professor Pedro Filho, de 44 anos. Ao todo, foram servidos cerca de 100 quilos de carne de jumento aos convidados.

Convidados do almoço começam a se servir com a
carne de jumento (Foto: Marcelino Neto/G1)
Todos os pratos servidos foram preparados pelo empresário Humberto Gurgel Pinto, dono do restaurante onde foi servido o banquete. "O preparo da carne de jumento é praticamente igual ao da carne bovina. São muito parecidas. Não encontrei dificuldade alguma. E mais importante: o pessoal aqui gostou muito, superando nossas expectativas", disse.

O secretário estadual de Agricultura, Tarcísio Dantas, esteve na degustação, provou a carne de jumento e também gostou. “O sabor é agradável, a carne é macia, muito boa”, disse. Dantas afirmou que a Secretaria não vê nenhum problema no consumo da carne de jumento e colocou a secretaria à disposição para encontrar alternativas em relação ao confinamento e abate dos bichos.

Promotor Sílvio Brito propôs o banquete
(Foto: Marcelino Neto/G1)

Promotor Sílvio Brito propôs a adoção da carne de jumento, nos cardápios dos detentos do sistema penitenciário do Rio Grande do Norte (Foto: Marcelino Neto/G1)
De acordo com o promotor Sílvio Brito, os animais servido na degustação foram vermifugados, se alimentaram exclusivamente de ração há pelo menos 4 meses, e eram monitorados por veterinários. “É uma carne segura. Nós não estamos apreendendo o animal e levando para a panela, há uma preocupação com os cumprimentos das normas dos Ministérios da Saúde e da

Agricultura”, assegurou.

Os 100 quilos de carne servidos são provenientes de dois jumentos abatidos na quarta-feira (12) no matadouro público deApodi. De acordo com o presidente da Associação dos Protetores dos Animais (APA), Eribaldo Nobre, de 49 anos, os animais estavam em uma fazenda na cidade vizinha de Felipe Guerra. Os cortes usados no almoço foram picanha, maminha e colchão mole. Segundo o empresário que elaborou os pratos, os nomes dos cortes de carne de jumento são os mesmos da carne bovina.

Filé ao molho de madeira, filé ao molho branco e escondidinho foram feitos com carne de jumento (Foto: Marcelino Neto/G1)

O almoço foi servido para 120 convidados na parte superior da churrascaria Apodi, mas, segundo o promotor, mais de 300 pessoas comeram a carne. “A carne foi oferecida de graça na parte inferior da churrascaria para quem quisesse. Mais de 300 pessoas comeram a carne de jumento e nós ficamos impressionados com a receptividade”, disse Silvio Brito.

Mesmo assim, nem todos em Apodi tiveram coragem de provar os pratos. Algumas pessoas também reprovaram o abate. O vendedor Francisco Rogério Gomes não quis degustar a carne. "Esse promotor está é doido. Daqui a pouco vão querer comer cachorro, comer de tudo. Eu sou contra e não tenho vontade de experimentar”, disse.

Embora já tenha comido até cobra, o agricultor Elano Rodrigues Dias preferiu não comer carne de jumento. “A gente não tem costume de comer carne de jumento. Eu não acho certo não e também não quero experimentar. Eu já comi tatu-peba, cobra, mas jumento é demais”, disse.


Polêmica

O uso da carne de jumento para consumo humano não é consenso. Representantes da ONG Defesa da Natureza e dos Animais (DNA) alegam que se os jumentos forem consumidos poderão entrar em extinção. “Não é economicamente viável, os jumentos podem entrar em extinção, e essa carne que foi servida não passou pelo tratamento necessário”, disse a veterinária Kátia Lopes, da ONG DNA.


O ambientalista Kleber Jacinto defende que é preciso ação do poder público para solucionar o problema do alto número de jumentos nas rodovias que acabam causando acidentes, mas que o abate e consumo humano não é a melhor alternativa. “Se fizermos um comparativo é a mesma coisa de sair matando os cachorros que moram nas ruas para acabar com um problema. Não é dessa forma que se resolve o problema. Além disso, ninguém sabe como esses animais foram abatidos, se foram cuidados, tratados, se tinham alguma doença. Não foi um processo transparente”, disse.


O promotor, por sua vez, garante que foram seguias as exigências do Ministério da Saúde. “Os jumentos passaram por tratamento, estavam confinados na Associação de Proteção dos Animais com acompanhamento veterinário, não há riscos”, disse.

Fonte: http://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2014/03/mp-promove-degustacao-e-propoe-fornecer-carne-de-jumento-presos.html

DORIAN DA TELEXFREE É EXTERMINADO

DORIAN DA TELEXFREE É EXTERMINADO



O corpo do serrapretense Dorian Silva foi encontrado no distrito de Humildes, Feira de Santana, com sinais de tortura e perfuração de arma de fogo.  Dorian deixou de dar notícias na tarde desta terça-feira (19), provocando comoção através das redes sociais.

À noite, a equipe da Polícia Civil de Feira de Santana encontrou o corpo e confirmou que se tratava mesmo de Dorian Silva, mas desconhece a autoria e o motivo do crime.

Que é Dorian Silva?

Dorian ficou conhecido internacionalmente ao faturar fortunas através da telexfree. Natural de Serra Preta, Dorian transformou a telexfree em febre em boa parte do Brasil. Se transformou em ‘Top 10’ do negócio.  A velocidade da rede financeira foi tão grande que diversos municípios viraram um verdadeiro eldorado.  De pobres a ricos, muitos foram seduzidos pela telexfree. Dorian costumava dizer que jogava limpo sobre o negócio e que realizou sonhos de várias pessoas que jamais pensavam em conquistar propriedades e riquezas. Muitos venderam bens e investiram na telexfree.

Em pouco tempo, Dorian virou uma máquina de ganhar dinheiro
Evangélico, Dorian Silva nunca foi um homem de posses. Pessoa simples,  trabalhou numa fábrica no distrito de Bravo e foi eleito membro do Conselho Tutelar de Serra Preta, em 2011, com 614 votos.  Todas as ocupações ganhando salário mínimo. Através da internet conheceu a telexfree e passou a divulgar intensamente. Em pouco tempo, boa parte da população de Serra Preta estava envolvida, até mesmo a “elite local” passou a operar no seduzido negócio. Cada pessoa que entrava na rede, Dorian ganhava uma percentagem gorda.

Não se sabe quanto Dorian Silva faturou com a telexfree. Com certeza alguns milhões. Dorian exibia suas conquistas através das redes sociais. Era uma forma de atrair seguidores. A fama de milionário da noite para o dia crescia e o jovem Dorian conquistava cidades, regiões, estados e até mesmo países. Dorian não era agora um milionário, mas uma celebridade do mundo do negócio de rápido investimento. Realiza palestras em salões de luxo em grandes cidades. Não era difícil encontrar um Outdoor com sua foto de braços abertos, convidando pessoas para o mundo da riqueza.

Triste fim de Dorian Silva


Em seu facebook, Dorian Silva escreveu que “o céu é o limite”. Mas o inferno parecia estar próximo. A telexfree foi bloqueada a pedido da Promotora Pública do Acre, NicoleGonzalez, em janeiro de 2013, que afetou os investidores em todo o Brasil. Em novembro de 2015, Gonzalez é encontrada morta por disparo de arma de fogo.

Com o bloqueio da telexfree, classificada como pirâmide financeira, muitos apostadores perderam dinheiro. De eldorado, Serra Preta entrou na grande depressão do negócio rápido. A realidade bateu de forma dura e veloz também. Dorian viu a bolha financeira estourar de vez, embora defendesse que uma simples liminar judicial seria suficiente para garantir a permanência da telexfree.

Dorian Silva pregava a esperança do retorno do negócio, mas passou a investir na carreira política. Promoveu grandes encontros festivos. Seu aniversário foi comemorado em sua fazenda comprada com os lucros da telexfree. Boa parte da população de Serra Preta foi bem recebida numa grande farra. Além de comemorar seu novo momento, Dorian se projetava para uma pré-candidatura a prefeito de Serra Preta.  

Dorian Silva promoveu eventos de massa. Foto: Blog do Fábio Negrini

Sem experiência política, Dorian Silva era ou se deixou manipular por diversos líderes políticos. Foi aliado político do prefeito atual, militou por pouco tempo na oposição e recentemente retornou ao grupo do prefeito de Serra Preta. Em mensagens recentes no whatsapp, Dorian parecia decepcionado por não ter o apoio necessário como pré-candidato a prefeito de Serra Preta. Desistiu de ser pré-candidato a prefeito e passou a afirmar que o povo ia conhecer sua força política nas eleições próximas.

Não deu tempo. Nesta terça-feira (19), fomos surpreendidos com seu brutal assassinato. É uma pena. Dorian Silva morreu acreditado que fez a coisa certa. Os amigos próximos diziam que Dorian era um rapaz de coração bom. Patrocinou e ajudou muita gente de sua terra natal com a riqueza que conquistou. O Top 10 agora é uma lenda serrapretense, que sai forçadamente da vida para entrar para a história.  ]

Fonte: http://marioangelobarreto.blogspot.com.br/2016/07/crime-brutal-dorian-silva-e-assassinado.html

19 de julho de 2016

A PRISÃO DO PAI DO PROGRAMA NUCLEAR BRASILEIRO

A PRISÃO DO PAI DO PROGRAMA NUCLEAR BRASILEIRO

O Brasil deve a Othon o maior feito de inovação da sua história moderna: o processo de enriquecimento de urânio através de ultra centrífugas.


Na operação Eletrobrás, a Lava Jato prendeu o Almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva. Seu nome apareceu na delação premiada de Danton Avancini, diretor da Camargo Correia, que lhe teria feito três pagamentos.

Ainda há que se esperar o processo final. Hoje em dia tem-se um grupo de procuradores e delegados avalizados por um juiz e, por um conjunto de circunstâncias históricas, donos do poder absoluto de levantar provas, julgar e condenar sem a possibilidade do contraditório, valendo-se de forma indiscriminada da parceria com grupos jornalísticos.

Em outros momentos, o uso indiscriminado de denúncias por jornais produziu grandes enganos e manipulações.

É possível que Othon seja culpado, é possível que não seja, pouco importa: desde hoje está na cadeia o pai do programa nuclear brasileiro.


O Brasil deve a Othon o maior feito de inovação da sua história moderna: o processo de enriquecimento de urânio através de ultra centrífugas. Foi um trabalho portentoso, que sobreviveu às crises do governo Sarney, ao desmonte da era Collor, aos problemas históricos de escassez de recursos, enfrentando boicotes externos, valendo-se de gambiarras eletrônicas para contornar a falta de acesso a componentes básicos, cuja exportação era vetada por países que já dominavam a tecnologia.

Aqui, um perfil de Othon trazido pelo nosso blogueiro Athos:

Quem é Othon Luiz Pinheiro da Silva? 
No dia 14 de Setembro desse ano(artigo de 2011), o Dr. Othon Luiz Pinheiro da Silva recebeu o título de Pesquisador Emérito do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) durante a comemoração dos 55 anos do instituto (veja o evento nesse link). Chamado até de "lenda viva" na cerimônia, há quem diga que conhecer a carreira de Othon é conhecer a História da energia nuclear no País. 

E você leitor, sabe quem é "esse cara"?


CURRICULUM VITAE

Nascido em 1939 em Sumidouro (RJ), Othon formou-se pela Escola Naval em 1960, iniciando sua carreira na Marinha no quadro de Oficiais do Corpo da Armada. Formou-se em Engenharia Naval pela Escola Politécnica de São Paulo em 1966, atuando como engenheiro naval do Arsenal da Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ) entre 1967 e 1974. Em 1978, Othon obteve sua especialização em engenharia nuclear no Massachussetts Institute of Technology (MIT). 


Foi Diretor de Pesquisas de Reatores do IPEN entre 1982 e 1984 e foi fundador e responsável pelo Programa de Desenvolvimento do Ciclo do Combustível Nuclear e da Propulsão Nuclear para Submarinos entre 1979 e 1994. Exerceu o cargo de Diretor da Coordenadoria de Projetos Especiais da Marinha (COPESP), atual Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), de 1986 a 1994. 


É o autor do projeto de concepção de ultracentrífugas para enriquecimento de urânio e da instalação de propulsão nuclear para submarinos. 


Atingiu, na Marinha do Brasil, o mais alto posto para os Engenheiros Navais: o de Vice-Almirante. 


Desde outubro de 2005, exerce a presidência da Eletronuclear – Eletrobrás Termonuclear, empresa sediada no Rio de Janeiro, responsável pela construção e pelo gerenciamento das usinas nucleares brasileiras. 


Já recebeu diversos prêmios, entre os quais a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico por serviços prestados à ciência e à tecnologia, prêmio este oferecido em 1994 pelo então presidente da República Itamar Franco.




OTHON E O PROGRAMA NUCLEAR DA MARINHA


"Othon começou o projeto de separação isotópica do Urânio com muita criatividade, liderança e engenharia reversa", disse o Dr. Spero Penha Morato, ex-superintendente do Ipen, em seu discurso em homenagem ao Dr. Othon, na cerimônia de entrega do título de pesquisador emérito. 


O projeto, que começou em 1979, produziu os primeiros resultados em laboratório já em 1982: a conversão do yellowcake (U3O8) em hexafluoreto de urânio (UF6), etapa que antecede o enriquecimento isotópico. O passo seguinte foi a produção de 24 toneladas de hexafluoreto de Urânio através do financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).


Para o enriquecimento isotópico, Othon desenvolvia, paralelamente à conversão e de forma secreta, centrífugas de última geração, com mancais magnéticos que minimizam o atrito. A única forma de entender rapidamente o funcionamento destes mancais naquela época era serrando uma bomba de vácuo com o mesmo tipo de mancais que havia no IPEN. E Othon fez isso, irritando, claro, muitas pessoas no projeto. Mas, foi com lances ousados como este - acrescentou o Dr. Spero Morato - que Othon pôs o seu projeto para frente.


O jornalista Lourival Sant'anna publicou, em 2004, uma reportagem no jornal O Estado de São Paulo revelando alguns fatos interessantes que marcaram o projeto. Reproduzo, abaixo, boa parte dessa matéria.



Em 1974, Othon Luiz Pinheiro da Silva, então um capitão-de-corveta de 35 anos, foi escalado para acompanhar a construção de submarinos brasileiros da classe Tonelero num estaleiro da Inglaterra. O jovem oficial estava indo a contragosto. Um mês antes de sua sombria partida, no entanto, um almirante sugeriu ao então ministro da Marinha, Geraldo Azevedo Henning, que o enviasse para o Massachusetts Institute of Technology, nos EUA, para uma pós-graduação em engenharia nuclear.

O ministro Henning, que havia feito uma viagem da Bahia para o Rio em um submarino nuclear americano e ficara entusiasmado, acatou a sugestão. Até então, o contato mais estreito de Othon com energia nuclear tinha sido uma visita ao reator do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em 1967, quando terminava o curso de engenharia naval na Politécnica da USP.

O Brasil já havia comprado em 1972 o reator de Angra 1, da americana Westinghouse, com a promessa de fornecimento de combustível – processado nos EUA – por 30 anos. Mas, em 1974, começou-se a levantar dúvidas sobre as garantias desse fornecimento. No ano seguinte, o general Ernesto Geisel firmava o acordo nuclear com a Alemanha, que incluía não só as centrais, mas também o ciclo de enriquecimento de urânio.

Até a década de 70, o minério era enriquecido por “difusão gasosa”. Um novo método, mais eficiente e econômico, o da ultracentrífuga, vinha sendo desenvolvido, e o primeiro a dominá-lo em escala comercial foi o consórcio Urenco, formado por Inglaterra, Holanda e Alemanha. O Brasil queria essa tecnologia.


Na última hora, no entanto, os alemães informaram que não poderiam incluí-la no pacote, porque a Holanda, por pressão americana, tinha vetado sua venda ao Brasil. Em seu lugar, os alemães ofereceram aos brasileiros o jet nozzle, um método “muito promissor”, segundo eles, de separação do urânio 238 do 235. Enriquecer urânio é aumentar o teor de 235. Na natureza, o urânio 235 representa apenas 0,7% do minério e o 238, os outros 99,3%. “Quem tivesse feito um curso razoável de física no ensino médio já não compraria esse método”, ironiza Othon. O professor Manson Benedict, um papa do MIT em energia nuclear, deu na época uma aula sobre o jet nozzle, concluindo: “Os brasileiros acreditaram e compraram isso”.

Em 1979, quando Othon voltou ao Brasil, a Marinha não sabia o que fazer com ele. Depois de quatro ou cinco dias de hesitações, levaram o recém-promovido capitão-de-fragata até o diretor-geral de Material da Marinha, o almirante Maximiano da Fonseca. “Você, que cursou esse negócio, quais as nossas chances de ter uma produção nuclear aqui no Brasil?”, perguntou-lhe, de chofre, o almirante. Othon pediu três meses para redigir um relatório. O oficial ficou subordinado à Diretoria de Engenharia. Ao se apresentar, ouviu de seu novo chefe: “Evidentemente não pode ficar um oficial por conta só dessas coisas nucleares”. Othon passou a dividir sua carga horária com o cargo de gerente de um projeto de navio de apoio fluvial. Assim começava o programa de pesquisa nuclear brasileiro: com um oficial em meio expediente.


Othon propôs que o Brasil desenvolvesse sua própria tecnologia. Em outubro de 1978, o então contra-almirante Mário César Flores, do Estado-Maior da Marinha, convocou Othon para dar explicações, depois de ouvir especialistas. A caminho de Brasília, Othon se encontrou no aeroporto com o comandante João Maria Didier Barbosa Viana, que também tinha feito engenharia nuclear no MIT. “Segui o seu caminho”, contou-lhe Othon. “Então você deve estar indo a Brasília pelo mesmo motivo que eu”, especulou Didier. “Tem um louco dizendo que é possível desenvolver o ciclo do combustível nuclear no Brasil.”

Othon passou o dia inteiro respondendo às perguntas que um capitão-de-mar-e-guerra pós-graduado em Monterey (Califórnia) formulava, enquanto Flores fingia ler um jornal. O oficial saiu com a sensação de que tinha ido a Brasília à toa. Pouco mais de um mês depois, foi chamado de novo. “Vai ser outra chatice”, pensou. “Este oficial foi escalado para uma das missões mais importantes que um oficial da Marinha já teve no Brasil”, anunciou solenemente o vice-chefe do Estado-Maior da Marinha, Arthur Ricart da Costa, apresentando Othon ao seu chefe, o almirante Carlos Auto de Andrade. “Deus o ilumine.”

Othon veio para São Paulo e começou a “costurar alianças” com instituições como o Ipen, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e o Centro Técnico Aerospacial (CTA), em São José dos Campos, que estava desenvolvendo um método de enriquecimento de urânio com raio laser. Depois de consultar especialistas, Othon constatou que a opção do laser não seria viável nos próximos 20 anos, e se fixou na ultracentrífuga.

O objetivo último da Marinha era desenvolver reatores e todos os demais equipamentos da propulsão para submarinos movidos a energia nuclear. Se um submarino movido a diesel – como os que o Brasil usa – partir da Baía de Guanabara, em sua velocidade máxima, antes de chegar a Cabo Frio terá de se aproximar da superfície para o snorkel tomar ar, para pôr em funcionamento seu motor e assim recarregar as baterias. Navegando próximo à superfície, pode ser captado com facilidade por sensores infravermelhos. Para ficar no máximo dez dias no fundo, um submarino a diesel tem de se manter praticamente parado. O submarino nuclear projetado pela Marinha trocaria de combustível em dez anos. O limite de permanência no fundo seria de 45 dias.

Entretanto, a Marinha concluiu que em primeiro lugar era preciso viabilizar o ciclo do combustível e adquirir capacidade de enriquecer urânio. “Autonomia é muito importante”, diz Othon, que aos 65 anos tem hoje uma empresa de consultoria na área de energia. “Inspirei-me na solução que eu imaginei que os americanos estavam desenvolvendo na época em que eu era aluno do MIT, mas com a qual nunca tive contato”, conta o almirante. “É óbvio que a centrífuga americana é muito mais espetacular que a nossa.” Mas, segundo ele, a brasileira sai muito mais barato e os materiais importados necessários para sua fabricação não entram no rol dos itens nucleares sensíveis, sujeitos a embargos internacionais.

O programa capacitou indústrias brasileiras a fabricar as válvulas, sensores e medidores das centrífugas. Othon recrutou cientistas e técnicos do Brasil todo. “Onde tivesse alguém que pudesse ajudar, a gente ia conversar.” O sigilo era resguardado por um termo de compromisso. “Foram 14 anos da minha vida, cada dia um desafio”, lembra o hoje almirante da reserva, que dirigiu o programa entre 1979 e 94. Inicialmente, o projeto era secreto e ficou abrigado num departamento fictício, criado para isso, chamado de Coordenação para Projetos Especiais (Copesp), dentro da Comissão Naval de São Paulo.


A primeira dificuldade de Othon foi formar equipe. Quando assumiu, em 1979, o general João Baptista Figueiredo baixou portaria proibindo contratações no setor público. Othon recorreu ao Estado de São Paulo – e a uma artimanha. Fez um memorando à Secretaria de Ciência e Tecnologia, solicitando a contratação de 20 engenheiros e 40 técnicos para trabalhar no Ipen, num “projeto de interesse das Forças Armadas”. Se assinasse sozinho, no entanto, ficaria fácil para a secretaria pedir a análise do Estado-Maior da Marinha, onde o memorando provavelmente pararia. Então Othon pediu a um tenente-coronel da FAB que também assinasse. “Assim, não vão saber para que Força perguntar.” Deu certo.

De posse dessa contratação, Othon, na época capitão-de-fragata, atreveu-se a saltar a hierarquia e procurar o então ministro da Marinha, Maximiano da Fonseca: “Almirante, estou numa situação complicada. O Estado de São Paulo colocou 20 cientistas no projeto, liderado pela Marinha, e ela não colocou nenhum”. No fim, conseguiu convencer o ministro a contratar o dobro de cientistas e técnicos. “Fiquei com um exército de 60 engenheiros e 120 técnicos”, exulta Othon. No seu auge, no início dos anos 90, o programa chegaria a ter 680 engenheiros trabalhando internamente e outros 300 do Departamento de Pesquisa de Reatores do Ipen, do qual Othon era chefe.


Mas nem tudo era ciência: habilidade e jeitinho também contaram. Othon lembra que uma centrífuga antiga, importada na década de 50, utilizada para treinar equipes e dissimular o esforço principal do projeto, havia parado porque tinha um eixo flexível que quebrava com freqüência e tinha de ser trazido da Alemanha. “Eu tinha um técnico, Zequinha, muito habilidoso, que fazia um eixinho novo em três dias. Levei para ele o projeto e fizemos o primeiro juntos”, conta Othon. “No Arsenal de Marinha, não precisava importar. Era só ligar para o Zequinha.” 


Em 1987, num gesto de distensão, o então presidente José Sarney decidiu trazer seu colega argentino, Raúl Alfonsín, para a entrada em operação de um conjunto de 48 centrífugas em Aramar. A inauguração estava marcada para 15 de março. Algumas semanas antes, o indiano naturalizado brasileiro Kesavan Nair, doutor em física de reatores mas também astrólogo, procurou Othon, com uma expressão preocupada: “Quinze de março ‘não bom’”, disse, mostrando uma listagem de computador, na qual uma nuvem negra cobria a data.

Othon ligou para o então ministro da Marinha, almirante Henrique Saboia. “Você acredita nisso?”, perguntou o ministro. “Não”, respondeu Othon. “Eu também não, mas, por via das dúvidas, pergunte quando está bom para inaugurar.” A partir de 28 de março, informou o indiano. Saboia foi falar com Sarney. Mais tarde, ligou para Othon: “Não se preocupe. O presidente é mais supersticioso que nós dois juntos.” A cerimônia ficou para 8 de abril.


Othon guarda até hoje uma planilha de todos os custos do projeto, ano a ano. No total, foram gastos US$ 663 milhões. Aí estão incluídos: o desenvolvimento do ciclo de combustível (projeto Ciclone), da propulsão do submarino (projeto Remo), do submarino propriamente dito, e a infra-estrutura.


“Desafio a me mostrarem no mundo todo um desenvolvimento do ciclo do combustível e da propulsão nuclear com esse custo”, diz ele. Quando deixou o programa, havia quase 700 centrífugas na “colônia”, em Aramar, pelas quais o urânio vai passando e enriquecendo-se gradualmente. A centrífuga americana enriquece bem mais do que a brasileira. A diferença está no custo, que Othon ilustra assim: digamos que sejam necessárias 20 centrífugas brasileiras para produzir o que uma americana produz. Acontece que o custo de 20 brasileiras é menor que o de uma americana.

Em 1994, o Vice-Almirante Dr. Othon Pinheiro da Silva, com 55 anos, teve de deixar o projeto ao completar seu tempo de serviço militar ativo. Os detalhes desse projeto ainda são mantidos a sete chaves, sob pena de prisão pelo vazamento de segredos científicos.


O fato é que o desenvolvimento da tecnologia de ultracentrifugação de urânio é um marco de sucesso na história tecnológica do Brasil e o Dr. Othon teve um papel fundamental nisso guiado pelo lema do CTMSP: “Tecnologia Própria é Independência”.

Uma salva de palmas!

http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/A-prisao-do-pai-do-programa-nuclear-brasileiro/4/34101

18 de julho de 2016

RECOMPOSIÇÃO SALARIAL DE 14,23 PARA SERV. PÚBLICOS FEDERAIS, SEGUNDO ENTENDIMENTO DO MIN. APOSENTADO CARLOS VELOSO

Supremo deve corrigir em 14,23% a remuneração de servidores federais

Consultor Jurídico     -     17/07/2016

Além de regular os aumentos remuneratórios de servidores, que se direcionam a reengenharias ou revalorizações de carreiras específicas, o inciso X, do artigo 37, da Constituição Federal determina que, anualmente, todos devem, ao menos, receber uma recomposição equivalente à corrosão inflacionária para manter o valor real de seus salários. A primeira hipótese é chamada de reajuste, que fica condicionada à discricionariedade do governo. Já a segunda é denominada revisão geral anual, impositiva e que deve ser fixada em idênticos índices para todos os servidores.

É conhecido o fato de que o funcionalismo público federal, de longa data, sequer tem a recomposição inflacionária anual, diminuindo-se periodicamente os valores salariais batalhados com muita dificuldade. Como raro exemplo, em 2003, foram editadas duas leis afetando a remuneração de servidores públicos federais, abrangendo civis e militares dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, de autarquias e fundações públicas federais. Por meio da Lei 10.697/2003, foi concedido o percentual de 1% a título de revisão geral da remuneração. No mesmo dia, foi criada a Vantagem Pecuniária Individual (VPI), de R$ 59,87, pela Lei 10.698/2003, concedida indistintamente a todo o funcionalismo federal.

Ao instituir essa VPI em valor certo a todos servidores, a Lei 10.698/2003 mascarou uma revisão geral, burlando a regra da igualdade de índices. É que, com a concessão de R$ 59,87 a todos esses servidores, os que ganhavam menos tiveram um impacto remuneratório maior, violando a identidade de tratamento exigida constitucionalmente (Constituição Federal, artigo 37, inciso X). A conversão desse valor sobre a proporção da menor remuneração do funcionalismo resultava no percentual de 14,23%, que deveria ser o índice efetivamente aplicado para todas as remunerações dos servidores federais.

Levada a discussão ao Poder Judiciário, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região, pioneiramente, decidiu em favor dos servidores que não tiveram as suas remunerações revistas no percentual de 14,23%. Em seguida, o Superior Tribunal de Justiça passou a adotar o mesmo entendimento, o que levou, por exemplo, o Superior Tribunal Militar, o Conselho Nacional do Ministério Público da União, o Ministério Público da União, o Conselho da Justiça Federal e o Tribunal Superior do Trabalho a, administrativamente, concederem essa revisão a seus servidores.

Já o Supremo Tribunal Federal tem apresentado uma posição peculiar. Antes, quando a maioria dessas demandas não lograva êxito nas instâncias inferiores, a corte suprema não julgava a matéria, pois entendia não ser da sua competência. Agora, diante dessas concessões judiciais e administrativas, a 2ª Turma do STF passou a suspender tais pagamentos, invocando, preponderantemente, a sua Súmula Vinculante 37, que desencoraja decisões judiciais que aumentem remuneração de servidores ao fundamento da isonomia.

Todavia, esse cenário está longe de ser o definitivo, não só porque não há pronunciamentos do Plenário ou da 1ª Turma do STF, mas, principalmente, porque a corte ainda não se debruçou sobre a Súmula Vinculante 51, na qual se entendeu inconstitucional a diferença de índices de revisão dados em 1993 ao funcionalismo federal em situação juridicamente idêntica ao caso vertente (sendo favorável, portanto, à concessão da correção em 14,23% da remuneração dos servidores federais).

Por coerência, no embate entre as súmulas vinculantes 37 e 51, o STF certamente decidirá em favor da última. Isso porque o enunciado da Súmula Vinculante 37 busca impedir equiparações remuneratórias com fundamento em isonomia ampla e genérica, sem maiores critérios (vedação que foi, inclusive, reforçada pela reforma constitucional de 1998). Ao passo que a revisão geral não se reduz à mera alegação de isonomia, pois a Constituição Federal define um aspecto identitário com três requisitos específicos (anualidade, generalidade e índices idênticos), afinal a desvalorização da moeda é a mesma para todos os servidores.

Nota-se, portanto, que a isonomia ampla vedada na Súmula Vinculante 37 (baseada na Constituição Federal, artigo 39, parágrafo 1º) é diversa do cuidado com a identidade específica autorizada pela Súmula Vinculante 51 (baseada na Constituição Federal, artigo 37, inciso X).

E a possibilidade jurídica da recomposição inflacionária em 14,23% combina com a realidade econômica, pois o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) mensurado no mês de janeiro de 2003, em relação aos 12 meses antecedentes, indica o percentual de 16,3294% de inflação. Quando comparado ao índice mensurado ao final de junho de 2003, constata-se o percentual de 19,6355%. Acaso tome-se como parâmetro a inflação anual acumulada no ano de 2002, constata-se o percentual de 14,74%.

Assim, não há como sustentar que o índice de 14,23% seria um aumento de remuneração para esses servidores, pois sequer cobre a variação inflacionária que, pela Constituição Federal, deveria o poder público anualmente recompor. Se há rombo nas contas, seguramente é na dos servidores, desde 2003.

Por Carlos Mário da Silva Velloso

Carlos Mário da Silva Velloso é professor emérito da UnB (Universidade de Brasília) e da PUC-MG (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais), foi presidente do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral. É autor do livro "Temas de Direito Público". é advogado e ministro aposentado, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral. Professor emérito da Universidade de Brasília (UnB) e da PUC Minas. Doutor honoris causa pela Universidade de Craiova, Romênia.

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