15 de outubro de 2014

DIA DO PROFESSOR: MUITO OU POUCO A COMEMORAR?



15 DE OUTUBRO Um dia com, ainda, muito pouco para comemorar!! 
No Brasil, ser profissional de educação é, antes de tudo, um ato de extrema valentia e determinação. 
Tivemos avanços pontuais mais nada que represente o que de fato o país precisa para valorização real da educação, da produção do conhecimento, da formação de estudantes críticos e conscientes do seu papel para a sociedade e o estado. 
A profissão passa por uma crise que tem sua origem, desde as reformas da educação nas décadas passadas, até os dias atuais.
É nítida a precarização da carreira (contratação de REDA's e PST's); 
Problemas na qualidade da formação acadêmica disponível hoje nas universidades (repletos de lacunas lógicas, descontextualizados, sem ferramentas para lhe dar com os desafios da contemporaneidade, desatualizados e com poucos fundamentos); 
Falta de Planos de Carreiras que garantam o desenvolvimento profissional adequado e as garantias remuneratórias capazes de manter o professor motivado, inovador e criativo; 
A perda da referência familiar pelos jovens, onde os pais e mães assumem hoje, apenas, o papel de provedores econômicos e ainda culpabilizam os professores pelos problemas e fracassos da formação familiar e de cidadania dos seus filhos, aumentando a pressão e cobranças para que o professor preencha esta lacuna familiar; 
Falta de interesse dos jovens pela carreira de professor, basta verificar a queda na busca por cursos de licenciaturas nos diversos vestibulares pelo país, (Relato de Roberto Leão - Presidente da CNTE); 
Desconstrução sistemática do papel e da imagem do profissional da educação - neste caso - principalmente a figura do "Mestre" e consequente aumento das diversas formas de violência, dentro e fora das salas de aulas; 
O desinteresse dos professores pela política, fundado na descrença pelo modelo representativo, pautado pelo pluralismo político, tendo nos partidos a maior expressão deste modelo. (só pra exemplificar, os candidatos que se intitularam professores e se candidataram a cargos eletivos nas eleições estaduais deste ano 2014, nenhum, ou quase nenhum teve votação significativa capaz de alcançar o legislativo ou executivo, mesmo num estado que tem um numero de professores suficientes para eleger vários deputados estaduais e federais, considero aqui os professores da educação pública e privada de todo estado);
Não quero aqui desestimular ou, apenas apontar os problemas, mas considero, como professor que sou, que o caminho é longo e os problemas são muitos. A mudança deste cenário vai exigir que atuemos cada dia mais próximos dos alunos dos pais e das mães, mas principalmente, dos nossos representantes e dos que, de fato defendam a educação e seus atores. A mudança sem participação nos fóruns representativos, dificilmente ocorrerão, logo, é preciso sim nos engajarmos e disputar os espaços de decisão e, principalmente, garantirmos que a educação seja tratada como prioridade e como política estratégica de estado, só assim será possível transformar a realidade social, política e econômica do nosso país.

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