11 de julho de 2015

SUBPRIME, O QUE É E PRA QUE SERVE? OS NÚMEROS INDICAM QUE JÁ CHEGOU A 10X O PIB DA TERRA! ENTENDA MELHOR.


ESTIMA-SE QUE DEVE-SE APROXIMADAMENTE 10X O PIB DA TERRA EM SUMPRIME!


A Crise do subprime é uma crise financeira desencadeada em 2006, a partir da quebra de instituições de crédito dosEstados Unidos, que concediam empréstimos hipotecários de alto risco (em inglês: subprime loan ou subprime mortgage), arrastando vários bancos para uma situação de insolvência e repercutindo fortemente sobre as bolsas de valores de todo o mundo. A crise foi revelada ao público a partir de Fevereiro de 2007, como uma crise financeira, no coração do sistema Uma crise grave, portanto - e segundo muitos economistas, a mais grave desde 1929, com possibilidades, portanto, de transformar-se em crise sistêmica,1 entendida como uma interrupção da cadeia de pagamentos da economia global - que tenderia a atingir generalizadamente todos os setores econômicos. Um prenúncio, portanto, da crise econômica de 2008.23.


"O PIB global atual é da ordem de 72,6 trilhões de dólares, mas somente em Derivativos, no mercado global, os números chegam perto de 1 quatrilhão de dólares, ou seja, mais de 10 vezes o PIB global … até quando conseguirão sustentar essas “apostas” artificialmente sem colapsar?!"


As famílias americanas já vinham se endividando ao longo dos anos 1990, a partir de 1995 o mercado imobiliário voltou se expandir, assim como o endividamento - crédito ao consumidor e hipotecas. Com a crise de 2000-2001, do mercado de ações, o mercado imobiliário ganhou estímulos e se expandiu mais vigorosamente. As famílias, já endividadas, elevaram a contratação de empréstimos, fazendo novas hipotecas e adquirindo novas linhas de crédito 4 5 . A partir de 2003, com a intensificação da valorização dos imóveis e esgotamento dos clientes tradicionais, o crédito foi facilitado para as famílias e indivíduos sem histórico de crédito ou com histórico ruim, sem emprego e sem renda - o subprime.

Os subprimes incluíam desde empréstimos hipotecários até cartões de crédito e aluguel de carros, e eram concedidos, nos Estados Unidos, a clientes sem comprovação de renda e com histórico ruim de crédito - os chamados clientes ninja(do acrônimo, em inglês, no income, no job, no assets: sem renda, sem emprego, sem patrimônio). Essas dívidas só eram honradas, mediante sucessivas "rolagens", o que foi possível enquanto o preço dos imóveis permaneceu em alta.

Essa valorização contínua dos imóveis permitia aos mutuários obter novos empréstimos, sempre maiores, para liquidar os anteriores, em atraso - dando o mesmo imóvel como garantia. As taxas de juros eram pós-fixadas - isto é, determinadas no momento do pagamento das dívidas. Quando os juros dispararam nos Estados Unidos - com a consequente queda do preço dos imóveis - houve inadimplência em massa.



A queda nos preços de imóveis, a partir de 2006, arrastou vários bancos para uma situação de insolvência, repercutindo fortemente sobre as bolsas de valores de todo o mundo.

Como os empréstimos subprime eram dificilmente liquidáveis, isso é, não geravam nenhum fluxo de caixa para os bancos que os concediam, esses bancos arquitetaram uma estratégia de securitização desses créditos. Para diluir o risco dessas operações duvidosas os bancos americanos credores juntaram-nas aos milhares, e transformaram a massa daí resultante em derivativos negociáveis no mercado financeiro internacional, cujo valor era cinco vezes superior ao das dívidas originais.

Assim, criaram-se títulos negociáveis cujo lastro eram esses créditos "podres". Foi a venda e compra, em enormes quantidades, desses títulos lastreados em hipotecassubprime o que provocou o alastramento da crise, de origem estadunidense, para os principais bancos do mundo.

Por uma razão que se desconhece (embora possa estar ligada a um lobby ou pressão de alguns congressistas americanos para o lastreamento desses títulos, por haver interesse da parte deles pelos rendimentos do subprime, o que sugere uma ligação com alguns banqueiros), e que hoje, após o estouro, ainda deixa pasmos muitos analistas, tais papéis, lastreados em quase nada, obtiveram o aval das agências internacionais de classificação de risco - de renome até então inquestionável -, que deram a eles a sua chancela máxima - AAA - normalmente dada a títulos tão sólidos quanto os do Tesouro dos EUA, tornando-os muito mais confiáveis do que osbônus do governo brasileiro, por exemplo. Com essa benevolente classificação de risco, tanto os investidores, como os fundos de investimento e os bancos passaram a disputar a aquisição desses títulos, no mundo todo, e esses títulos passaram a servir como garantia para a tomada de novos empréstimos bilionários, alavancados na base de 20 para 1.

A partir do 18 de Julho de 2007, a crise do crédito hipotecário provocou uma crise de confiança geral no sistema financeiro e falta de liquidez bancária, ou seja, falta de dinheiro disponível para saque imediato pelos correntistas dos bancos.

Mesmo os bancos que não trabalhavam com os chamados "créditos podres" foram atingidos. O banco britânico Northern Rock, por exemplo, não tinha hipoteca-lixo em seus livros, mas adotava uma estratégia arriscada - tomar dinheiro emprestado a curto prazo (a cada três meses) às instituições financeiras, para emprestá-lo a longo prazo (em média, vinte anos), aos compradores de imóveis. Repentinamente, as instituições financeiras deixaram de emprestar dinheiro ao Northern Rock, que, assim, no início de 2007, acabou por se tornar o primeiro banco britânico a sofrer intervenção governamental, desde 1860.6



Na sequência, temendo que a crise tocasse a esfera da economia real, os Bancos Centrais foram conduzidos a injetar liquidez no mercado interbancário, para evitar oefeito dominó, com a quebra de outros bancos, em cadeia, e que a crise se ampliasse em escala mundial.

Segue o Rankin dos endividados:





Os 6 grandes bancos americanos estão perigosamente mergulhados e expostos pelos Derivativos, afinal seus ativos somados são de cerca de 9,8 trilhões de dólares … mas juntos eles somam 278 trilhões de dólares desses títulos, os quais podem ser, em grande parte, compostos por títulos “podres”. São verdadeiras “bombas-relógio” em alto risco de “explosão” e que podem causar grandes danos globais. Para perceber isso, veja que o banco alemão Deutsche Bank possui 75 trilhões de dólares em Derivativos e ainda assim falhou no teste de stress contra crises financeiras feito em março de 2015. Veja abaixo e compare os ativos dos bancos com os riscos dos Derivativos:

JPMorgan Chase
Ativo Total: $ 2.573.126.000.000 (cerca de 2,6 trilhões de dólares)
A exposição total a Derivativos: $ 63.600.246.000.000 (mais de 63 trilhões de dólares)

Citibank
Ativo Total: $ 1.842.530.000.000 (mais de 1,8 trilhões de dólares)
A exposição total a Derivativos: $ 59.951.603.000.000 (mais de 59 trilhões de dólares)

Goldman Sachs
Total de ativos: 856.301.000.000 $ (menos de um trilhão de dólares)
A exposição total a Derivativos: $ 57.312.558.000.000 (mais de 57 trilhões de dólares)

Bank Of America
Ativo Total: $ 2.106.796.000.000 (um pouco mais de 2,1 trilhões de dólares)
A exposição total a Derivativos: $ 54.224.084.000.000 (mais de 54 trilhões de dólares)

Morgan Stanley
Total de ativos: 801.382.000 mil dólares (menos de um trilhão de dólares)
A exposição total a Derivativos: $ 38.546.879.000.000 (mais de 38 trilhões de dólares)

Wells Fargo
Ativo Total: $ 1.687.155.000.000 (cerca de 1,7 trilhões de dólares)
A exposição total a Derivativos: $ 5.302.422.000.000 (mais de 5 trilhões de dólares)

Em comparação com o resto deles, o Wells Fargo parece extremamente prudente e racional. Mas é claro que isso não é totalmente verdade, afinal o Wells Fargo está sendo muito imprudente, mas os outros estão sendo tão absurdamente mais imprudentes e que fazem o Wells Fargo parecer um “santo” quando comparado aos demais.

O PIB global atual é da ordem de 72,6 trilhões de dólares, mas somente em Derivativos, no mercado global, os números chegam perto de 1 quatrilhão de dólares, ou seja, mais de 10 vezes o PIB global … até quando conseguirão sustentar essas “apostas” artificialmente sem colapsar?!


A REPERCUSSÃO NO BRASIL

Logo após a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos ter rejeitado a proposta governamental de socorro ao setor financeiro, em 29 de setembro, a Bolsa de Valores de São Paulo, a terceira maior do mundo em valor de mercado,20 chegou a cair 10,16% (a 45.622,61 pontos) e teve suas operações interrompidas.

Mas, de modo geral, os economistas acreditam que seja muito cedo para determinar o impacto da crise, a longo prazo, no Brasil. Apenas uma minoria, a exemplo deStephen Kanitz, pensa que o país está imune - ou quase imune - à crise.21 A maioria dos economistas é mais cautelosa, embora acredite que a posição brasileira - assim como a da Índia, da China e a de alguns outros emergentes - seja menos vulnerável do que a dos países ricos. O Brasil tem obtido sucessivos superávits fiscais e o governo tem sido cauteloso, mantendo altas taxas de juros e baixas taxas de inflação. Assim, embora a crise não possa ser subestimada, até o momento não há previsões de grandes baques na economia brasileira.

Todavia, as exportações - que dependem de fontes externas de financiamento - tendem a sofrer imediatamente os efeitos da redução da oferta internacional de crédito. Uma eventual diminuição das exportações tende a repercutir negativamente também sobre o setor produtivo, tocando enfim a chamada economia real, isto é, a economia da produção de bens e serviços, ou a esfera da "riqueza real", definida por Adam Smith não como acúmulo de metais preciosos (conforme defendiam osmercantilistas), mas como a "produção anual do trabalho e da terra da sociedade",22 e que corresponde à esfera do Güterwelt schumpeteriano,23 ou ao que Krugmandefine simplesmente como "a economia dos empregos, dos salários e da produção".24 Além disso, a queda da demanda nos Estados Unidos afeta as exportações - não só no Brasil, mas também em outros países, particularmente na China, que, sendo grande exportadora para os EUA, tende a experimentar uma desaceleração no seu crescimento. De imediato, esperava-se que crescimento do PIB chinês caísse cerca de 1%..25 Mas essa queda foi bem maior e pode chegar a 4%, embora a taxa ainda se mantenha bastante alta (mais de 6% ao ano). O governo chinês fixou uma meta de crescimento de 8% a.a. Mas, no primeiro trimestre de 2009, a economia chinesa sofreu uma queda brusca nas suas exportações e o PIB cresceu à menor taxa dos últimos dez 10 anos: 6,1% em relação ao primeiro trimestre de 2008. No trimestre anterior, o país crescera 6,8%, em comparação com o mesmo período, no ano anterior. Estes números indicam que será difícil cumprir a meta de crescimento de 8%, definida pelo governo.26

Desde 2006, a China tem crescido a aproximadamente 10% ao ano. Em 2008, cresceu de 9,8% 27 a 11,4%.28 Se conseguir chegar a 8%, em 2009, será uma vitória. Mas, por ora, o plano econômico do governo chinês, de USD 584 bilhões, não teve êxito em conter a queda no crescimento.

Na economia brasileira, espera-se, igualmente, uma desaceleração significativa do crescimento do PIB - ou seja, um crescimento igual a zero ou muito próximo de zero. A magnitude dessa desaceleração deve depender, em grande medida, do que acontecer à economia chinesa - e isso vale para todos os países que exportam para a China. Enquanto o crescimento chinês se mantiver alto, países que exportam para a China tenderão a sofrer menos com os efeitos da crise. No caso do Brasil, isto é particularmente verdadeiro sobretudo com relação aos alimentos (grãos e cereais, soja e óleos comestíveis), dos quais o Brasil é um grande produtor e a China é um grande importador.29 30

Muitos observadores afirmam que os Estados Unidos estão mergulhados na pior crise desde 1929. Segundo outros, na prática, a economia americana já está emrecessão - embora não se saiba ao certo quão profunda será ou quanto tempo poderá durar .

De acordo com o brasilianista Thomas Skidmore, o sistema financeiro no Brasil está "muito mais sólido que nos EUA (…) O Brasil teve um período de boomextremamente bem sucedido com as exportações para a Ásia e a Europa e por isso há relativamente pouca razão para se preocupar com a crise de Wall Street."Segundo Henrique Meirelles, presidente do Banco Central do Brasil: "A economia brasileira vai desaquecer no próximo ano, mas de uma maneira menos grave do que em outros países, que já estão enfrentando a recessão.

George Soros considera que embora uma recessão no mundo desenvolvido seja mais ou menos inevitável, a China, a Índia, e alguns países produtores de petróleo estão numa vigorosa contratendência, o que tornaria menos provável que a atual crise financeira internacional venha a causar uma recessão global, devendo isso sim, diz Soros, provocar uma realinhamento radical da economia mundial, com um relativo declínio dos Estados Unidos, e com a ascensão da China e de outros países do mundo subdesenvolvido. Segundo Soros o maior risco agora reside nas tensões políticas resultantes, inclusive no protecionismo norte-americano que, essas sim, poderiam lançar o mundo numa recessão global, ou algo pior.31 32 Este quadro - pior que uma recessão global - poderia ser uma depressão econômica mundial, advinda de uma dramática deterioração do quadro atual de crise sistêmica.


REFREÊNCIAS:


BRESSER PEREIRA, L.C. Dominação financeira e sua crise no quadro do capitalismo do conhecimento e do estado democrático social. Revista Estudos Avançados, 22 (64), 2008: 195-205.
Instituto europeu vê agravamento da crise sistêmica LEAP/2020 : Annonce Spéciale Crise Systémique Globale Septembre 2008;

ROSA, E. O Papel Macroeconômico das Famílias e a Geração de Fragilidade Financeira[1]
http://www.akb.org.br/upload/130820121548511055_Everton%20S.%20T.%20Rosa.pdfROSA, E. 

As Famílias a Abordagem Minskyana: aspectos e desdobramentos do endividamento das famílias americanas "Economia mundial em crise – Onde estamos agora?" por Mick Brooks", 25.01.2008 CNN

Globo On Line Pânico nos mercados

Lehman fecha acordo para vender unidades ao Barclays, diz jornal britânico

AIG tem um dia para se salvar, diz governador de NY

Fed seems close to helping A.I.G.

Carta Capital: O novo socialismo

BBC Brasil: "Entenda a operação de resgate da seguradora AIG"

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