22 de fevereiro de 2013

GIL RUGAI É CONDENADO A 33 ANOS E 9 MESES DE PRISÃO, MAS VAI RECORRER LIVRE



O ex-seminarista Gil Rugai foi condenado a 33 anos e 9 meses de prisão pelo duplo homicídio qualificado do pai, Luiz Carlos Rugai, e da madrasta, Alessandra de Fátima Triotino, em 2004. Apesar da condenação, ele sairá livre do Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, nesta sexta-feira. Isso porque ele poderá recorrer da decisão em liberdade. 

Gil vai responder em liberdade beneficiado por um recurso que tramita no Supremo Tribunal Federal. Réu primário, ele já aguardava o julgamento em liberdade.
Pela sentença proferida pelo juiz Adilson Paukoski Simoni, o condenado terá que cumprir pelo menos 1/6 da pena em regime fechado. Como já ficou preso por 2 anos e 3 meses, Gil precisaria cumprir mais 3 anos e 4 meses para ter direito ao regime semiaberto.
A pena aplicada ao réu foi de 15 anos de prisão pela morte da madrasta e 18 anos e 9 meses pela morte do pai. A sentença foi baseada na decisão do corpo de jurados que respondeu a oito perguntas que deram base a condenação do réu. 
Ao ler da condenação do réu, o juiz se referiu a Gil Rugai como um pessoa "extremamente perigosa" e "dissimulada", já que tentava passar a imagem de "bom moço". A decisão saiu nove anos depois do crime e após cinco dias de júri popular.
Segundo o promotor Rogério Zagallo, dos sete jurados que votariam, quatro decidiram pela culpa do réu e um pela absolvição. Os votos dos outros dois jurados não precisaram ser abertos, já que a maioria havia decidido pela culpa. 
Os debates: 


Além de considerar Gil Rugai culpado, a maioria dos jurados (4 votos a 3), concordou que o duplo homicídio foi cometido por motivo torpe, em razão de o réu ter sido afastado da participação dos negócios da vítima, não se conformando com tal situação. Com essa qualificadora, os juiz prescreveu uma pena mais longa para o condenado.
Logo após a decisão dos jurados, o promotor Zagallo voltou ao plenário e, chorando, comemorou o resultado com a antiga promotora do caso, Mildred de Assis Gonzales, e com o assistente de acusação. Quem aparentememe também saiu satisfeito do fórum foi a defesa do réu, que foi aplaudida pelos familiares de Gil Rugai que estavam presentes no local.
Desde segunda-feira, advogados de defesa e acusação travaram o debate sobre a culpa ou inocência do réu . A defesa tentou desqualificar as provas colhidas pela investigação. Já a acusação apostou nos depoimentos de pessoas próximas à família e da casa onde ocorreu o crime.
Os advogados de defesa chegaram a apontar um novo suspeito para o assassinato. Agnaldo Silva , ex-funcionário de Luiz Carlos em sua produtora de vídeo, teria mentido em seu depoimento à polícia ao dirigir a suspeita para Gil Rugai.
Para a acusação, os depoimentos de advogados e ex-funcionários da produtora de Luiz Carlos Rugai, que citam os desfalques na empresa, a mudança de chaves e alarmes do escritório e residência do casal, eram fortes indícios da autoria do crime. Segundo o promotor, não há dúvidas de que o réu assassinou as vítimas porque foi culpado pela falsificação de uma assinatura .


O crime 
De acordo com o Ministério Público, Gil Rugai, então com 21 anos, teria aproveitado o silêncio da noite do dia 28 de março para se aproximar da casa dos pais, na rua Atibaia, em Perdizes, na zona oeste de São Paulo, e arrombar uma das portas a pontapés. Empunhando uma pistola calibre 380, o jovem matou o casal: Alessandra levou seis tiros e Luiz Carlos foi morto depois de receber cinco tiros nas costas.

Promotoria e Polícia Civil afirmam que as provas colhidas durante o processo colocam o estudante na cena do crime. Em vão, a defesa tentou provar que o acusado era inocente e que trabalhava na hora do crime.
Antes da decisão desta sexta-feira, a disputa judicial que durou nove anos e já prendeu e soltou Rugai duas vezes, colocou sob suspeita um juiz e uma promotora e gerou uma série de provocações entre defesa e Ministério Público.
Fonte: Wanderley Preite Sobrinho - iG São Paulo 

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